Japão um arquipélago de prosperidade…

12.08.2016 • Japão

O Japão se reinventou nos últimos 71 anos de pós guerra. Com força, muito trabalho, organização, disciplina e responsabilidade se transformou em uma das principais potências mundiais, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha.

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Tóquio – vista parcial

Localizado no Oceano Pacífico com fuso horário de + 9h em relação a Greenwich e + 12h em relação a Brasilia, o Japão é um arquipélago e faz divisa a leste do Mar do Japão, da República popular da China, da Coreia do Norte, da Coreia do Sul e da Rússia, se estendendo do Mar Okhtsk no norte, ao Mar da China Oriental e Taiwan, ao sul, sua língua oficial é o japonês e tem uma escrita através de caracteres que só eles mesmo pra entender.

Com uma economia diversificada, um clima favorável, pois, suas estações são bem definidas, sua gente como principal ativo soube reconstruir um país devastado pela segunda guerra mundial, quando mesmo se rendendo aos americanos, permitindo até que eles escrevessem sua constituição, foi num rítmico frenético, aproveitando as oportunidades das novas descobertas, aperfeiçoando-se e colocando mais e mais produtos de qualidade no mercado, conquistando o mundo em todos os seus quadrantes.

Sempre com o selo de qualidade, aliás, o processo melhoria contínua conhecido como kaizen é também sua marca, ficou tão comum que se aplica em tudo o que se faz na vida no Japão.

Com um território de apenas 377.873 km2, equivalente a quatro vezes os estado de Santa Catarina, conta com uma população de 128 milhões de habitantes (décima maior população mundial) o que exige um aproveitamento racional de qualquer espaço disponível.

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Plantação de Arroz – pleno centro urbano aproveitamento do solo

Tem na indústria, o carro chefe da economia, com destaque para a reconhecida indústria automobilística presente em âmbito global, passando pela indústria eletro-eletrônica, evolução tecnológica, estaleiros para construção naval, produção de trens de alta velocidade, pescados, chegando na agricultura com destaque para a produção de arroz, o que fazem aproveitando cada metro quadrado disponível.

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Monte Fuji 3.776 m – Atração turística internacional

De topografia acidentada entrecortado por montanhas e alpes, o Monte Fuji mundialmente conhecido serve de atração turística, com muitos vulcões e está exposto aos efeitos da natureza que de vez em quando o atinge, causando alarme e destruição. A resiliência dos japoneses, entretanto, é mais poderosa e recomeçam novamente, para em pouco tempo tudo ficar melhor do que antes.

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Vista parcial de Hiroshima – Prédio à esquerda semi-destruído em 1945 e mantido no mesmo estado

Hiroshima, mesmo mantendo o histórico de ter sido destruída em 1945 pelos americanos quando lançaram a bomba, destruindo-a completamente, pouco tempo depois se transformou em uma bela e receptiva cidade, moderna e progressista sendo hoje, o centro para a discussão da paz mundial, é a capital mundial da paz.

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Tóquio – vista do Mori Art Museum Tóquio City View

Com cidades importantes e de grande concentração, destacando-se a cidade de Tóquio, sua capital, cuja população chega a 13,5 milhões de habitantes e sua região metropolitana com 30 milhões considerada a mais adensada do mundo, Yokohama 3,6 milhões; Osaka 2,64 milhões; Nagoya 2,25 milhões; Sapporo 1,91 milhões, Kobe, 1,54 milhões Kyoto, com 1,5 milhões, Hiroshima com 1,16 milhões de habitantes.

Com suas 6.852 ilhas, das quais 426 delas são habitadas,  o Japão está dividido em 47 províncias (estados) cada qual com uma extensão territorial relativamente pequena e com poucos municípios, no máximo 40 municípios por estado dividido em 8 grandes regiões.

Essa situação levou os japoneses repensarem seu modelo e há dois promoveram uma alteração, anexando muitos municípios, e com isso, buscam uma racionalização das despesas públicas tornando mais racional.

Com um IDH de 0,891 considerado muito elevado vigésimo do mundo, no Japão não se vê gente pobre tampouco favelas. A educação é ponto de honra para os japoneses, que a levam muito a sério, é obrigatória dos 06 aos 15 anos de idade, os japoneses se orgulham por ser um país livre do analfabetismo, mesmo o funcional, até aqueles que realizam os trabalhos mais simples são alfabetizados. O ensino, tanto pode ser público quanto privado, o rigor não muda e a disputa para entrar na universidade é muito dura, mesmo necessária, segundo eles.

As cidades não tem lixeiras, principalmente dentre as grandes, por questão de segurança. É que as lixeiras são pontos estratégicos para se colocar uma bomba por exemplo, e causar uma comoção com danos, tanto morais quanto materiais. Outro motivo, esse o mais relevante, é que a responsabilidade pelo lixo que cada um produz é seu, e impressiona ver o quão as cidades são limpas. Mesmo procurando muito, não se vê uma sujeira ou um papel no chão.

Aliás essa educação vem desde os primeiros anos de vida, nas escolas, as próprias crianças limpam as salas de aula, lavam as louças dos lanches, limpam os banheiros e deixam tudo muito organizado, e nem por isso, tal se constitui em exploração infantil, para eles isso faz parte da formação do caráter e da personalidade. Não entendem o porquê as pessoas de outros países, como o nosso, veem isso como algo estranho, pra eles essa é obrigação de cada um, e, claro, se cada um faz a sua parte bem feito o todo ficará bem.

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Christiane com Jovens tipicamente trajadas

A cultura, a cortesia, as boas maneiras, o compromisso de bem atender, de fazer com perfeição são traços marcantes no japonês. Mesmo tendo introduzido hábitos ocidentais, procuram transmitir para as gerações os seus costumes, sua tradições, seu comportamento, seu jeito de se vestir com suas roupas tradicionais ainda estão presentes nos mais diferentes lugares, inclusive nas ruas.

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Trem Bala – Shinkansen velocidade de 300 km/h

O sistema de transporte é eficiente e implacável no horário. Um pouquinho complicado é entender o emaranhado -pra nós-, das informações nas estações ferroviárias ou rodoviárias. Mas, se você tiver o bilhete com antecedência facilmente compreenderá o sistema, pois as informações tem lógica, e, em último caso, pode se guiar pelo horário de partida. Os trens de alta velocidade (Shinkansen) até 300 km/h – trem bala orgulho dos japoneses-, não atrasam e o sistema funciona muito, muito bem com sinalizações para todas as direções.

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Procurando o destino – nada fácil ler em japonês

Embora seja um país milenar, cujos sinais de ocupação humana remontam mais de 35 mil anos, a história conhecida através dos escritos vem dos últimos 2 mil anos, bem, e  isso já não é pouco…

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Sede da residência Imperial em Tóquio

Com um governo monárquico constitucional, o atual imperador é o número 125. Akihito está no trono desde 1989, sendo o único monarca reinante no mundo que detém o título de Imperador, e, mantém a mesma linha sucessória.
Como o cargo é vitalício, e o atual imperador começa a apresentar algumas restrições fruto de sua idade 83 anos, abriu recentemente uma discussão para promover alteração na atual constituição de modo a permitir que possa abdicar do trono.

A administração pública é exercida pelo primeiro ministro, eleito pelo congresso e nomeado pelo Imperador.

Ponto a observar é a desconfiança que há sobre os políticos também no Japão, porém com detalhe, os políticos não resistem a uma crítica pública, ante ao primeiro sinal de indícios de desvios de função, a renúncia é caminho certo.

Recentemente aconteceu com o Governador de Tokyo, que sob a denúncia de que estava praticando gastos acima da média, foi criticado e o único caminho foi renunciar, antes de sofrer um processo de deposição. Com malversação de recursos públicos os japoneses não transigem, honestidade é uma marca forte.

O Japão não possui exército, apenas força policial de controle interno.

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Templo do grande Buda Todai-Ji – Nara

De formação espiritual elevada, os japoneses praticamente não aderiram ao cristianismo chegando a apenas 8,7%, xintoísmo corresponde a 79,2% e o budismo a 66,8% dos que se declaram adeptos (dados da agência cultura japonesa). Mas esse número não fecha? Não. É que os japoneses adotam esse sincretismo religioso – não há uma definição exata se é uma filosofia ou religião-, mas o fato é que muitos se declaram xintoísta e budistas ao mesmo tempo. Isso não é pra menos, onde há um santuário xintoísta facilmente ao lado haverá um templo budista, ambas coexistem harmonicamente.

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Pagoda de cinco andares no Templo budista – Ilha Miyajima

Enquanto no budismo as imagens são contempladas, e a divindade se dá a partir da figura de um buda, no xintoísmo as divindades são múltiplas, estima-se em mais de 8 milhões. Ela está naquilo que imaginamos, na terra, nas plantas, no ar enfim em quase tudo o que podemos pensar.

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Prédio da Prada em Tóquio

Fruto do progresso tecnológico, da inovação e sobretudo da criatividade, o Japão conseguiu estabelecer uma harmonia fascinante entre o tradicional e o moderno, entre o histórico e o conteporâneo, e isso se vê com clareza nas edificações que trazem uma combinação harmoniosa.

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Chef preparado Tepan na frente do cliente

Sua gastronomia, igualmente surpreende, diferente do que imaginamos, degustar a todo tempo sushi ou sashimi, é preciso mergulhar na variedade e na qualidade das mais variadas comidas, com restaurantes renomados e de excelente classificação, é só procurar um pouco que chove oportunidades.

O Japão é daqueles países que entusiasma, mesmo enfrentando as adversidades do pós crise 2009 serve de espelho e referência para quem deseja uma sociedade melhor, ficamos maravilhados com o que vimos e seguramente, colocamos na lista daqueles lugares pra voltar. Recomendamos à quem tiver oportunidade, que conheça o Japão e desfrute da multiplicidade de oportunidades, pois, aquivamosnos.

Kyoto, 12 de agosto de 2016.

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