Polônia – sinônimo de resiliência….

12.09.2016 • Polônia

Parece incompreensível um país deixar de existir, não? Pois é, a Polônia passou por situação dessa natureza mais de uma vez.

Reconhecido como estado em 966, a Polônia deixou de existir em 1795, quando seu território foi dividido entre o Império Alemão, o Império Russo e a Austria. Recuperou sua independência como nação somente em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial como a Segunda República Polonesa.

Essa sobrevida autônoma, além de ter pouca duração, lhe custou muito caro, tendo sido invadida pelos nazistas em 1o  de setembro de 1939, numa das batalhas mais crueis por que passou, quando 6 milhões foram mortos, dentre eles 3 milhões de judeus, as cicatrizes ainda não foram completamente curadas, os poloneses no íntimo ainda se ressentem daquela dizimação.

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Imagem da destruição de Varsóvia na 2ª Guerra Mundial

Cidades foram destruídas por inteiro,  como é o caso de Varsóvia sua capital, além de retirarem as pessoas dos seus lares e levarem para campos de concentração, puseram a cidade abaixo, destruindo-a em noventa e cinco por cento. Todas as edificações que representavam alguma importância foram completamente destruídas, e com elas as suas riquezas, tanto as pessoais quanto as de valor artístico, histórico e cultural.

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Palácio da Cultura e Ciência em Varsóvia – legado da URSS

No pós-guerra a Polônia se transformou em estado satélite da União Soviética, perdendo uma vez mais, a sua soberania.

Somente a partir da reorganização política e social, com manifestações que ganharam as ruas, conseguiram em 1989 através de uma verdadeira revolução, derrubar o “famigerado” regime comunista. A Polônia adotou uma nova constituição, através de eleições diretas elegeu seu primeiro presidente não comunista, Lech Valessa,  rompendo assim, com a União Soviética, restabelecendo a democracia e a renomeou como a Terceira República Polonesa.

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Centro urbano de Varsóvia com edifícios modernos

Pouco a pouco foi recuperando a sua autoestima, alicerçada nos valores culturais e religiosos que ficaram incólumes, sendo atualmente considerado um país de desenvolvimento humano “muito alto”, figurando em 36°  ranking mundial com um IDH (Pnud 2014) 0,843, esse índice vai de 0 a 1,0.

O país é membro da União Europeia, porém, usa sua própria moeda o Zloty.

Composto por povo responsável e trabalhador, o país vem merecendo a atenção do mercado, pois cresce em níveis ligeiramente superiores aos dos seus vizinhos.

 

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Ponte sobre o rio Vístula em Varsóvia e a sereia um dos símbolos de proteção da cidade

Dotado de uma infraestrutura excepcional, com estradas, pontes, viadutos, vias férrea, e também um bom sistema de navegação por seus rios, sua única ligação com o mar é através do Mar Báltico.

Possui uma economia completamente diversificada e por isso tem atraído à atenção dos investidores estrangeiros, já que sua mão de obra, além de qualificada e acessível, é eficiente.

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Praça do Mercado da Cidade Velha de Varsóvia – Fielmente reconstruída em 1953

Sua capital Varsóvia foi totalmente reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, transformando-se no mais importante centro financerio e de negócios. É uma cidade que encanta por sua beleza e seu planejamento, preservando a arquitura do antes da Guerra.

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Castelo Real de Wawel – Cracóvia

Outras cidades não menos importantes, Cracóvia por exemplo, mantém os traços tradicionais, prédios históricos, museus, teatros, castelos, tem também uma gostronomia de causar inveja e os preços são surpreendentemente acessíveis.

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Casa em que morou e estudou 1951 – 1967 o Papa João Paulo II – Cracóvia

Cracóvia é considerada a casa do Papa João Paulo II, agora santo. Como por muito tempo exerceu o celibato naquela cidade, é muito venerado e querido, há motivos de sobra para celebrar o seu filho ilustre pelas contribuições que deu à igreja católica e ao mundo.

 

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Basílica de Santa Maria em Cracóvia

O polonês é muito religioso, e os católicos correspondem a 80% da população, ir à igreja é uma tradição que passa às gerações e ainda se vê muito presente, também pudera, em cada esquina há uma igreja.

Através do sistema de governo parlamentarista, a Polônia pode se dizer, fez a lição de casa, mantém as contas públicas bem equilibradas, fomenta a iniciativa privada como a real geradora de riquezas.

Com um crescimento na ordem de 3% ao ano, tendo experimentado até 7%, sendo o país que mais cresce na União Europeia, tem um PIB per capita de US$ 13,334.00.

Contando com uma população de 38,5 milhões de habitantes a Polônia possui uma área de  312.677 km2 , tres vezes mais do que o estado de Santa Catarina.

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Castelo Real de Varsóvia destruído na 2ª Guerra Mundial e totalmente reconstruído

O polonês é o que se pode dizer um povo resiliente, mesmo após ter passado por inúmeros e desastrosos conflitos, vai firme lutando sempre para, além de preservar seus valores, conquistar mais espaços que a história lhe reserva.

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Terraços dourados – um centro comercial de Varsóvia

Dá gosto de ouvir, o quanto os poloneses se orgulham de seu país e de sua gente, sua persistência, sua tenacidade e sua capacidade de superação.

De nossa parte, foi uma surpresa agradável conhecer a Polônia, mergulhar na sua história, saber das suas lutas, seus conflitos, mas também de como estão vivendo o seu presente e construindo o seu futuro, alicerçados em valores, sociais, culturais, religiosos e econômicos, sem se descuidar do aspécto histórico.

Conhecer um pouco mais da Polônia, nós recomendamos, pois… Aquivamosnos…

 

Cracóvia, 1° setembro de 2016.

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