Decorrido mais uma temporada em Londres, eis que chegamos ao sudeste asiático, com escala em Dubai, a Malásia é o o nosso destino. Kuala Lumpur sua capital foi a cidade que escolhemos para passar os tres dias que programamos para o país. Com sete horas a mais em relação a Greenwich e 10 a mais que o Brasil, é claro que a confusão se instalou por completo, e para dormir ficou ainda pior, mas nada que uma melatonina, que precavidamente a Christiane traz consigo, não resolva.
Malásia – Sudeste da Ásia
Com 30 milhões de habitantes e uma área de 329.847 mil km2, com dois territórios, a Malásia esse belo país do sudeste asiático nos surpreendeu, tanto pela diversidade étnica e religiosa, quanto com seu estágio de desenvolvimento.
Mesquita Nacional da Malásia – Kuala Lumpur
Predominantemente muçulmanos sua religião oficial, convivem em harmonia com as outras religiões, notadamente o hinduismo, budismo, protestantismo e catolicismo, e não se verifica o fundamentalismo como em outros países.
Preparação para a Deepvali – Festa Hindu
As datas festivas de cada religão como, o natal para os cristãos, ramadã para os muçulmanos, o Deepavali, -Festival de Luzes- festa hindú celebrada justamente hoje 29/10 consiste no encontro da família e de convidados, os hinduistas abrem suas casas e oferecem comidas, doces coloridos bebidas sem alcool, mesmo que hoje já há uma liberalização da cerveja, e usam roupa nova e colorida para essa importante celebração, ocasião em que também fazem orações invocando aos seus deuses.
Palácio Real da Malásia
A Malásia é uma monarquia eletiva constitucional eletiva, tendo o rei como chefe de estado, já o sistema de governo é parlamentar, com um primeiro ministro eleito pelo congresso nacional. O rei é eleito por um clube de nove estados hereditários, e vão fazendo uma espécie de rodizio, para um mandato de cinco anos, é o único sistema monárquico com essa formatação, um tanto estranho, mas o que está funcionando. Abdul Halim de Kedah é o atual monarca desde dezembro de 2011.
Com um IDH 0,779 (Pnud 2013) considerado elevado (índice que mede a qualidade de vida, e vai de 0 a 1,0), depois de passarem por diferentes conflitos, guerras e independência dos britânicos em 1957, portanto, há apenas 61 anos, experimentam um momento muito especial com pleno emprego, havendo trabalho para todos os malaios, tendo a necessidade, inclusive de estimular a presença de estrangeiros, sobretudo, para a prestação de serviços e para atividades rudimentares, como a colheita de coco, importante atividade e destacada fonte econômica do país. Estima-se que seis milhões de estrangeiros, dentre indianos, paquistaneses, filipinos, chineses e outras nacionalidades estejam vivendo na Malásia exercendo alguma atividade econômica.
Dados de 2014, apontaram um PIB per capita de US$ 11,062.00, originário de uma economia diversificada, despontando a indústria tecnológica, especialmente decorrente da prestação de serviços para as empresas japonesas, o cultivo da palmeira destinada basicamente à produção de gordura, servindo de base para a indústria alimentícia.
A extração de latex para a produção de borracha natural, é também um segmento de destaque, aliás, a extração se dá à partir da seringueira, árvore tipicamente brasileira, cujas sementes foram levadas no século passado pelos ingleses, que a transformaram em híbridos de elevada produtividade, hoje importamos borracha da Malásia, que figura dentre os maiores produtores.
Turismo de muitas nacionalidades
O turismo tem crescido a ponto de ser considerado, dentre as principais fontes da economia, facilitado que é pela receptividade, pelo respeito às diversidades, pelo clima, quente o ano todo, havendo apenas duas estações, o verão caracterizado pela presença do sol e o inverno que é a época das chuvas, e também pela localização geográfica, tornando-se um hub para os diversos países da região.
O petróleo de alta qualidade é o orgulho de sua gente, pois, além de terem combustível muito barato, pouco representando no custo da frota, é destacada fonte de divisas.
Tem na Petronas, conhecida mundialmente principalmente por patrocinar a Fórmula 1, sua empresa de exploração de petróleo.
Torres gêmeas – 88 andares as mais altas do mundo
Aliás, a principal marca da cidade Kuala Lumpur são as Petronas consideradas as maiores torres gêmeas do mundo, com 88 andares, cuja construção foi executada justamente pela petroleira e concluída em 1998, sendo superada oportunamente por outras construções exageradamente grandes, com a Burj Arábica por exemplo, em Dubai, mas como gêmeas, continua figurando como a mais alta, é o que eles alardeiam.
Centro de Kuala Lumpur
Por ter sido construída na área central, onde abriga diariamente cerca de 8 mil pessoas em diferentes postos de trabalho, mudou por completo as suas proximidades com muitos e modernos prédios, shopping’s centers, hotéis, restaurantes e um comércio pujante.
Túnel para circular no centro de Kuala Lumpur – Vista interna e externa
As ruas parecem ter sido implantadas para, apenas se circular com carros, já que as calçadas são um tanto precárias. Para suprir essa deficiência, criaram um sistema de circulação suspensa com túneis refrigerados, – a temperatura minima ao ar livre registra seus 27oC- onde as pessoas tem o conforto e a segurança em se dirigir de um lado a outros no centro da cidade.
Monorail – Moderno meio de transporte passageiros
Monorails, pequenos trens elétricos, confortáveis, ágeis e seguros, permitem deslocamentos em diferentes sentidos da cidade, e por serem suspensos, pode ainda se ter uma bela visão panorâmica.
Ah, os taxis estão por toda a parte e o custo é muito baixo, acaso se prefira esse meio de locomoção, só para ter uma ideia, num trecho de 70km do centro da cidade até o aeroporto internacional de Kuala Lunmpur, paga-se em torno de R$60,00.
GOKL – transporte de passageiros gratis
Outra opção para se locomover na cidade são os ônibus de cor rosa, eles circulam e passam a cada 15 minutos nos principais pontos de espera, e o mais importante, o transporte é free, o usuário não precisa pagar pelo uso, é só entrar e sair no seu destino, e tudo certo, sem desembolçar qualquer valor!
Restaurante self service, popular na Malásia
A gastronomia é saborosa e diversificada, picante é verdade, e respeita os diferentes hábitos religiosos, carne de porco praticamente não se encontra, restrição dos muçulmanos, carne de vaca também há restrição para os hindus e assim vai…
Pratos disposto com folha de bananeira para comer sem talheres – com as mãos
Chama-nos a atenção o fato de os malásios dispensarem os talheres para comer, manuseiam a comida no prato com a mão, sempre com a mão direita, misturam os molhos, os quais não dispensam, e levam diretamente à boca com a ponta dos dedos com uma incrível habilidade. Esses pratos são servidos sobre uma folhoa de bananeira, e, ao final para dizer que gostaram da comida a viram no prato da esquerda para a direita, isso é claro, acontece nos restaurantes frequentados pelos locais, esse hábito é também seguido quando se alimentam em suas próprias casas.
Jardim Botânico
Há muitos pontos a serem visitados, como templos, jardim botânco, mesquitas, as torres gêmeas, o difícil é fazer tudo em pouco tempo, principalmente se considerarmos o bom acolhimento que os malásios oferencem.
Escadaria 272 degraus para chegar ao santuário das cavernas Batu
O santuário hindu dentro das cavernas Batu, exigem do visitante um certo esforço para vencer os 272 degraus, ladeados pelos inúmeros macacos que invariavelmente esperam por um agrado, e que às vezes, quase sempre, também estão dispostos à uma malandragem.
Estátua do deus hindi Murugan
Ao pé da montanha se encontra a estátua da pedra de 42 metros do deus hindu Murugan, filho de Shiva (principal deus hindu), que dá boas vindas ao visitante ou ao devoto e o encoraja a adentrar as diferentes cavernas, algumas delas escuras outras nem tanto.
Mesmo ainda, sendo um país em formação, percebe-se um pujante progresso, há orgulho em sua gente, são pacíficos, tem boas relações com os vizinhos e com o mundo, tem história de superação, por isso a Malásia é um país que recomendamos, pois aquivamos nós…
Kuala Lumpur, 29 de outubro de 2016.
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